sábado, 11 de outubro de 2008

27 macaquinhos

27 macaquinhos saltando entre os galhos ao fundo. Um caminhante passa por eles. Cego. Cada macaquinho é um ponto agudo destacado sobre o fundo do ruído cinza das folhas.

27 folhas caídas no chão da praça. O menino as juntou uma a uma. Contou três vezes, para ter certeza de não errar na contabilidade. Guarda para seu tesouro particular. Pagará o serviço dos seus cúmplices no ataque intergaláctico contra Zork.

27 olhos de Zork espalhados em três galáxias. Zork é um ser intergaláctico, poderoso e observador. Em três galáxias tem gente demais fazendo merda pra deixar à vontade.

2 garrafas de bebida, 7 sanduíches bem quentinhos. Hoje tem comida pra um, no banquete particular da festa que poderia estar sendo. Mas sempre se pode comer e beber; o paladar não precisa da frivolidade dos encontros para se deleitar.

19 horas sem dormir e aumentando. Mas o sono vem, não avisa, leva grandes fatias do tempo de vida, e a gente tem que se conformar com isso. Mais oito horas perdidas, oito horas sacrificadas, de um tempo que poderia ser usado vivendo mais normalidades, criando mais expectativas para aqueles cinco dias anuais que fariam a vida parecer plena.
Cinco dias na floresta, 27 macaquinhos, que olham o amarelo da roupa e o do Sol, ,mas logo esquecem isso e correm à frente, encontrar de novo os amarelos. O amarelo de um caminhante que não reconhece o termo, 27 agudos que pontuam o caminho.

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